O suplente de senador Ney Suassuna afirmou, em conversa telefônica nesta segunda-feira (10), que deve voltar à linha de frente da política paraibana nas eleições de 2026, mas não pretende repetir a parceria com o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB), de quem é o primeiro suplente.
“Claro que sim, participarei e irei para a linha de frente. Lutaremos pelo bom combate”, declarou, ao confirmar que pretende atuar no pleito. Questionado se estaria novamente ao lado de Veneziano, foi direto: “Provavelmente não. Até agora não fui convidado e não tive a mínima participação nas suas atividades legislativas nos últimos sete anos.”
Suassuna revelou ainda detalhes do acordo firmado em 2018, quando aceitou ser suplente de Veneziano “aos 47 minutos do segundo tempo”, colaborando decisivamente para a vitória que derrotou Cássio Cunha Lima e Luiz Couto na disputa pelo Senado. “Meu empenho foi bem maior que nas minhas próprias campanhas”, lembrou.
Segundo Ney, o pacto previa que Veneziano se licenciasse por três meses todos os anos, entre dezembro e fevereiro, para que ele assumisse o mandato interinamente sem comprometer o trabalho de destinação de emendas. Contudo, em sete anos, o suplente diz ter exercido o mandato por pouco mais de dois meses.
“A estratégia era visitar todo o Estado, identificar problemas e ajudar na construção da imagem de Veneziano. Mas essa ajuda foi dispensada”, contou Suassuna, acrescentando que até mesmo o contato com o senador se tornou difícil.
Ele relatou que recentemente esteve em Brasília e cobrou o cumprimento do compromisso. Segundo Ney, Veneziano teria prometido compensar o tempo pendente com uma licença a partir do fim deste mês (novembro de 2025), permitindo que ele assuma o mandato até outubro de 2026.
Questionado sobre o que fará se a promessa não for cumprida, o suplente foi categórico:
“Tomaremos outro rumo. Conhecemos toda a Paraíba — e, parafraseando José Américo de Almeida, ninguém se perde nos caminhos da volta.”
Atualmente filiado ao Republicanos, Ney afirmou que nunca foi procurado pelo presidente estadual da legenda, Hugo Motta, embora tenha prestado apoio à candidatura do parlamentar à presidência da Câmara durante evento no Rio de Janeiro, que contou com o governador Cláudio Castro e o prefeito Eduardo Paes.
Sobre as eleições de 2026, Suassuna não descartou se alinhar ao ex-ministro Marcelo Queiroga (PL). “Se for convidado, sim. Foi um bom ministro e prestou relevantes serviços ao país”, declarou.
Procurado, Marcelo Queiroga confirmou que tem interesse na aproximação com Ney Suassuna:
“Ney é um campeão de vitórias na Paraíba. O PL está de portas abertas para recebê-lo. Quem dispensaria Ney numa campanha? Desejo tê-lo ao nosso lado.”
Com isso, ganha força nos bastidores a possibilidade de Ney Suassuna ser o primeiro suplente de Queiroga em uma eventual chapa ao Senado em 2026 — enquanto a segunda vaga tende a ser disputada por João Azevêdo, Veneziano e Nabor Wanderley.
Fonte: Júnior Gurgel






