Oposição diz ter acordo com Hugo Motta para pautar anistia e fim do foro privilegiado; base nega negociação

Deputados da oposição afirmaram, nesta quarta-feira (6), que firmaram um acordo com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), para colocar em pauta dois temas sensíveis: a anistia aos réus dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e o fim do foro privilegiado para autoridades. A base do governo, no entanto, nega que qualquer tipo de negociação tenha sido feita.

A declaração dos oposicionistas ocorreu após o fim da ocupação da Mesa Diretora da Câmara, que estava sendo utilizada como palco de protesto por parlamentares bolsonaristas desde a noite de terça-feira (5). O ato foi motivado pela decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu por tentativa de golpe de Estado.

“Nós construímos compromisso com essa liderança de que pautaremos nesta Casa a mudança do foro privilegiado, para tirar a chantagem que deputados e senadores estão sofrendo por parte do STF. Junto com o fim do foro, vamos pautar a anistia. Esse foi o acordo feito”, afirmou o líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), em coletiva à imprensa.

A fala foi imediatamente rebatida por parlamentares da base governista, que negam a existência de qualquer acordo com a oposição. O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) anunciou que a bancada governista vai apresentar uma representação no Conselho de Ética contra os deputados que participaram da ocupação do plenário.