O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quinta-feira (28), que a eleição presidencial de 2026 será fortemente polarizada, sem espaço para uma terceira via. Em entrevista exclusiva à Record TV, Lula reforçou que pretende disputar um novo mandato, desde que esteja em boas condições de saúde.
“Acho que vai ser polarizado. Podem surgir dez times em Minas, mas Cruzeiro e Atlético sempre serão os protagonistas. O mesmo vale para São Paulo com Corinthians e Palmeiras, e no Rio com Flamengo e Vasco”, comparou, usando analogias futebolísticas para ilustrar a disputa política entre os dois principais polos.
Para o presidente, a polarização não deve ser vista de forma negativa. Ele defendeu que eleições acirradas fazem parte da democracia e minimizou a chance de uma candidatura de centro se consolidar em 2026. “É bom. No mundo inteiro, eleição é polarizada. Acho que não haverá espaço para terceira via”, declarou.
Lula também reiterou sua disposição de concorrer novamente ao Planalto, desde que esteja apto física e mentalmente. Aos 80 anos em outubro, ele é o presidente mais velho da história do Brasil em exercício. “Se eu estiver 100% física e mentalmente, serei candidato. Se não estiver, não serei. Mas quero ver se os outros estarão melhor do que eu. Me preparo porque gosto de mim”, disse.
Ao comentar o cenário da direita, ironizou a fragmentação de nomes no campo opositor, citando o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que defende múltiplas candidaturas no bloco liberal e conservador. “Acho ótimo. Quanto mais candidatos tiverem, melhor. Já disputei eleições com muitos nomes, isso nunca foi problema”, afirmou.
Lula ainda avaliou a ausência de lideranças nacionais no país e se colocou ao lado de Getúlio Vargas como uma das poucas figuras com esse perfil. Ele destacou os avanços sociais de seus governos e fez uma comparação com o ex-presidente gaúcho. “Esse país teve o Lula e o Getúlio. Apesar de Getúlio ter sido uma espécie de ditador por 15 anos, ele criou a CLT e o salário mínimo. Depois, vim eu para fazer política social”, avaliou.