A Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários da Polícia Federal em São Paulo quer colher os depoimentos do ex-presidente Jair Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, do ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque, e de uma série de ex-assessores do ex-presidente e do ex-ministro sobre o caso da tentativa da comitiva do governo Bolsonaro de entrar ilegalmente com joias milionárias no país.
Conforme os repórteres Adriana Fernandes e André Borges, do Estadão, revelaram, em outubro de 2021, uma comitiva do governo que era chefiada pelo ex-ministro Bento Albuquerque voltou de uma viagem oficial à Arábia Saudita com joias no valor de 3 milhões de euros, o equivalente a R$ 16,5 milhões na bagagem, um presente dos sauditas para a primeira-dama Michelle Bolsonaro. O conjunto de joias continha um colar, um anel, um relógio e um par de brincos de diamantes avaliados em 3 milhões de euros.
Ao chegar ao Brasil, no Aeroporto de Guarulhos, o assessor de Bento Albuquerque tentou entrar com as joias escondidas em sua mochila, passando pela fila da alfândega destinada a quem entra no país sem bens a declarar. A tentativa era ilegal. Pela lei, o assessor deveria ter declarado as joias e ter pagado uma taxa de 50% do valor, R$ 8,25 milhões. Esse assessor também será chamado para depor à PF.
Outro chamados pela PF
Também será chamado para depor à PF o ex-chefe de Ajudância de Ordens de Bolsonaro, Mauro Cesar Barbosa Cid, que enviou em 28 de dezembro de 2022, a três dias de acabar o governo, um ofício à Receita Federal pedindo a liberação das joias apreendidas, conforme mostraram os jornalistas Andreia Sadi e Arthur Guimarães.