“É aterrorizante receber este tipo de email. Desesperador”
A deputada federal Sâmia Bomfim, do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) de São Paulo, afirmou que solicitou escolta da Polícia Federal para reforçar sua segurança após receber ameaças. As ameaças surgiram duas semanas depois do assassinato de seu irmão, o médico Diego Bomfim.
Em entrevista ao jornal O Globo, Sâmia informou que recebeu mensagens e e-mails de pessoas que se aproveitaram da morte de seu irmão para atacá-la. Alguns reivindicam a autoria do crime, enquanto outros alertam que ela será a próxima vítima se não mudar sua atuação política. Segundo a deputada, tudo já foi encaminhado à Polícia Federal.
Além disso, o marido de Sâmia, o também deputado Glauber Braga, e o filho do casal também são alvos dos ataques. A deputada afirmou que é aterrorizante receber esse tipo de e-mail e que tem medo de que o crime fique sem solução.
Sâmia também falou sobre o assassinato de seu irmão. Ela disse que em um primeiro momento acreditou que o crime fosse uma represália a ela. No entanto, afirmou que hoje acredita na principal hipótese, de que um dos médicos que estava com Diego tenha sido confundido com um integrante de uma quadrilha que atua na região da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, onde aconteceu o crime.
Na opinião da deputada, a Polícia Federal precisa continuar atuando no caso, uma vez que ainda não foi completamente provado que o crime não tenha sido motivado por motivos políticos. Ela disse que conhece a segurança do Brasil e do Rio de Janeiro e que não se trata apenas de saber quem apertou o gatilho ou mandou apertar, mas há uma estrutura por trás. Para Sâmia, isso foi consequência de algo maior.
Segundo Sâmia Bomfim, a última vez que falou com seu irmão foi na véspera do crime, por mensagem de texto. Ela relatou que ficou sabendo da morte de seu irmão por meio de portais de notícias e que nenhum hospital ou autoridade policial fez contato. Foi uma experiência especialmente dolorosa.
O assassinato de Diego Bomfim aconteceu na madrugada do dia 5 de outubro deste ano. Ele estava com outros três amigos em um quiosque na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, quando foram alvos de ataques a tiros. Diego, Perseu Ribeiro e Marcos de Andrade Corsato morreram. Daniel Sonnewend Proença sobreviveu ao ataque. Os médicos estavam na cidade para participar de um congresso de ortopedia e estavam hospedados em um hotel em frente ao quiosque.
A principal linha de investigação é que os médicos tenham sido mortos por engano após Perseu Almeida ser confundido com um miliciano rival do grupo autor dos ataques. No dia seguinte ao crime, foram encontrados corpos de quatro suspeitos do crime.