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“Se não usado para a educação, pode ser uma distração”, diz Cícero sobre restrição de celulares na sala de aula

Após o debate sobre a retirada dos celulares da sala de aula virar o tema da semana na política local, o prefeito Cícero Lucena (PP) entrou na discussão para sugerir uma reavaliação acerca do uso dos aparelhos. A proibição faz parte de uma recomendação emitida pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).

O gestor destacou que qualquer discussão a respeito deve ter como objetivo principal aprimorar a qualidade do ensino. “Sempre pautamos nossas ações pela ciência, por estudos e estatísticas. Esse debate precisa ser conduzido visando à melhoria contínua da qualidade educacional. O celular, quando não utilizado para fins educativos, pode ser uma distração. No entanto, é fundamental explorar a interação dos jovens com a tecnologia, uma busca que todos devemos empreender”, disse o prefeito Cícero Lucena.

A recomendação da Unesco, cujo relatório foi divulgado em julho deste ano, aponta para uma carência de evidências substanciais acerca da eficácia real dos recursos tecnológicos na educação.

Isso ocorre porque a evolução tecnológica supera a velocidade das avaliações: os produtos tecnológicos educacionais tendem a mudar a cada 36 meses, em média. Além disso, a maioria das evidências disponíveis é proveniente de países mais desenvolvidos.

O relatório também chama a atenção para a disparidade entre os avanços tecnológicos e a inclusão social, observando que, até o momento, a tecnologia exclui mais pessoas do que efetivamente as auxilia.

Diversos países já tomaram medidas no sentido de restringir o uso de celulares em salas de aula, seja de forma parcial ou total.

Entre esses países estão Bangladesh, Canadá (em algumas províncias), Escócia, Estados Unidos, Espanha, Finlândia, França, Guiné, Holanda, Letônia, México, Portugal, Suíça e Uzbequistão.