Senado estuda ampliar isenção para quem ganha até R$ 10 mil por mês

O projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem recebe até R$ 5 mil por mês, aprovado por unanimidade na Câmara dos Deputados, segue agora para análise do Senado. Alguns senadores já sinalizam que devem apresentar emendas para ajustes, mas a expectativa é de aprovação sem grandes dificuldades.

Entre as propostas em discussão, há sugestões de ampliar a isenção para rendimentos de até R$ 10 mil, rever as contrapartidas previstas pelos deputados e corrigir possíveis casos de bitributação. O senador Renan Calheiros (MDB-AL) é cotado para relatar a matéria na Casa.

A votação na Câmara foi considerada uma vitória expressiva do governo e também do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), que rejeitou dezenas de emendas apresentadas pelo Centrão e conduziu a articulação política que resultou na aprovação unânime do texto. Estima-se que cerca de 16 milhões de pessoas sejam beneficiadas pela medida, promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avaliou o resultado como um “golaço do Congresso Nacional” e afirmou que o projeto representa “justiça tributária com equilíbrio fiscal”. Se aprovado no Senado até o fim deste ano, o novo modelo passará a valer a partir de 2026.

Apesar da vitória, o governo ainda enfrenta pressões em outra frente: a medida provisória que taxa aplicações financeiras. O texto, considerado essencial para evitar cortes no orçamento, precisa ser aprovado até a próxima semana para não perder a validade. O relator, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), já indicou que pretende retomar a isenção para letras de crédito imobiliário e do agronegócio a fim de garantir apoio à proposta.