Sete cardeais brasileiros vão participar do Conclave para escolher sucessor do Papa Francisco

Dom Odilo Scherer

Sete cardeais brasileiros têm direito a voto no conclave que vai eleger o sucessor de Francisco.

Quando a Capela Sistina for trancada, a decisão sobre o novo líder da Igreja Católica estará nas mãos de cardeais do mundo todo.

São 252. Pelas regras do Vaticano, 135 estão aptos a votar porque têm menos de oitenta anos.

Durante o papado de Francisco, o colégio de cardeais ampliou os limites geográficos. Quatro cardeais são da Oceania, 23, da Ásia, 18, da África, 37, das Américas, e 53, da Europa. Sete brasileiros podem participar do conclave.

O cardeal João Braz de Aviz tem 77 anos, nasceu em Santa Catarina e é o mais velho entre eles. Foi nomeado cardeal durante o papado de Bento XVI e era muito próximo do Papa Francisco. Hoje, vive em Roma.

Dom Orani Tempesta tem 74 anos, nasceu no interior de São Paulo. Já foi arcebispo de Belém, no Pará. Foi transferido em 2014 para o Rio de Janeiro, onde está até hoje.

“Nós sabemos aquilo que ele deixa como legado: a sua preocupação com os pobres, com a paz no mundo, com a fraternidade, com a ecologia, com o meio ambiente.”

Dom Leonardo Steiner tem 74 anos, nasceu em Santa Catarina, já foi duas vezes secretário-geral da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Foi nomeado arcebispo de Manaus em 2019 pelo Papa Francisco.

“Tinha um carinho tão grande pela Amazônia, pelo pulmão da terra, mas especialmente pelos seus povos, e especialmente pelos povos originários.”

O presidente da CNBB e atual arcebispo de Porto Alegre, Dom Jaime Spengler, tem sessenta e quatro anos. É de Gaspar, Santa Catarina.

“Ele mesmo com aquela dificuldade que a gente via para se expressar e conversar, ele queria saber de tudo e de todos. Eu diria um homem com uma vontade de ferro.”

Dom Paulo Cezar Costa é o cardeal brasileiro mais novo que deve participar do conclave. Tem 57 anos, nasceu em Valença, no Rio de Janeiro, e foi transferido para a Arquidiocese de Brasília, onde é o atual arcebispo. Hoje, Dom Paulo Cezar lembrou que o papa Francisco foi um incansável defensor da paz.

“Falou como ninguém contra as guerras, contra a violência, mostrando que o caminho não é a guerra, o caminho não é a violência, o caminho é o diálogo. O Papa ligava quase todos os dias para o pároco ali da Faixa de Gaza para falar com ele, para ver como é que estava a comunidade cristã, como é que estava a realidade ali.”

Dom Odilo Scherer é um dos cardeais brasileiros que participará do Conclave

Outro cardeal brasileiro que participa do conclave já foi cotado para ser Papa. É o arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, desde 2007 à frente da maior arquidiocese da América do Sul. Dom Odilo trabalhou na Cúria Romana e é um nome influente da Igreja Católica. Ele nasceu no Rio Grande do Sul e foi nomeado cardeal pelo Papa Bento XVI.

Quando completou 75 anos, em 2024, enviou uma carta ao papa Francisco para comunicar a renúncia ao cargo de arcebispo metropolitano. O pedido faz parte de uma norma da Igreja Católica para bispos que chegam nessa idade. O Papa acolheu a solicitação, mas pediu que Dom Odilo permaneça mais dois anos no comando da arquidiocese.

Dom Odilo falou sobre a diversidade de países no próximo conclave: “Terá a presença de cardeais do mundo todo, bem mais do que os conclaves anteriores. Do seu pensamento de integrar na igreja e na representação do que o Colégio Cardinalício representa, toda a igreja, e não apenas as áreas que sempre tiveram mais exposição, mais presentes. Mas também as áreas missionárias, as áreas onde a igreja precisa ainda mais se propor e também precisa se afirmar. Elas também estão representadas no Colégio Cardinalício e, portanto, na escolha do próximo Papa.”