Só dois deputados da Paraíba apoiam criação de CPI para apurar fraudes no INSS

Entre os parlamentares da bancada federal da Paraíba, apenas Cabo Gilberto Silva e Wellington Roberto, ambos do PL, assinaram o requerimento para abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar supostas irregularidades no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O pedido foi protocolado nesta quarta-feira (30) na Câmara dos Deputados.

A decisão final sobre a instalação da CPI será do presidente da Câmara, o paraibano Hugo Motta (Republicanos). A mobilização é encabeçada pelo deputado Coronel Chrisóstomo (PL–RO), que afirmou já ter coletado as 171 assinaturas necessárias para a abertura da comissão. Até a manhã desta quarta, a lista de apoiadores já ultrapassava o número mínimo de adesões.

Apesar da participação limitada da bancada paraibana, outros deputados ainda podem endossar o pedido nos próximos dias.

Denúncias de irregularidades

A proposta de criação da CPI ganhou força após um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) revelar a existência de descontos indevidos nos contracheques de aposentados e pensionistas do INSS. De acordo com o levantamento, entidades associativas teriam feito cobranças sem a devida autorização dos beneficiários, atingindo vários estados — incluindo a Paraíba.

No estado, todos os entrevistados relataram que foram vítimas das práticas fraudulentas. O estudo, divulgado em setembro de 2023, ouviu 1.273 beneficiários em todo o Brasil, sendo 52 apenas na Paraíba. Nacionalmente, 97,6% dos entrevistados negaram ter autorizado descontos, e 95,9% disseram não ter vínculo com qualquer associação.

A CGU estima que os valores descontados de maneira irregular saltaram de R$ 536 milhões em 2021 para cerca de R$ 2,6 bilhões em 2024. Em todo o país, as fraudes podem ultrapassar R$ 6,3 bilhões.