“Tá na hora do Jair”: Psicólogo explica a dificuldade de desapego do cargo do presidente da República
Por Bárbara Gualassi
Na tarde desta quinta-feira (15), caminhões de uma empresa de mudança de Brasília foram vistos chegando ao Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República Jair Bolsonaro (PL). Não há ainda a confirmação de que os caminhões estavam destinados a fazer a mudança do atual chefe do Executivo, mas a imagem atiçou o imaginário de quem estava de plantão na entrada do Palácio. E não demorou muito para que os memes começassem a circular nas redes sociais.
A família Bolsonaro tem 15 dias para deixar a residência, e Jair Bolsonaro, para decidir se é ele quem vai passar a faixa para o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Enquanto o atual chefe do Executivo resiste em admitir publicamente a derrota para o líder petista, e resiste em falar sobre a transferência da faixa, os bolsonaristas continuam resistindo nas ruas, em frente aos quartéis.
Para o psicólogo Hugo Monteiro Ferreira, a dificuldade de desapego de Bolsonaro ao cargo é consequência da sua personalidade controladora: “o presidente possui uma estrutura de personalidade controladora, de difícil diálogo e comunicação, e essa dificuldade gera necessidade de controle”.
Monteiro Ferreira também fala sobre essa transferência da dificuldade de desapego para os apoiadores de Bolsonaro que insistem em permanecer em frente aos quartéis: “Li que ele [Bolsonaro] teve sentimentos e momentos depressivos, muita dificuldade de encarar sua realidade, como se houvesse a necessidade de criar uma realidade que se adeque aos seus desejos. E quem sofre com essa situação, geralmente traz o sofrimento para quem está ao seu redor, e ele obviamente leva isso ao seu desdobramento de prática como chefe do Executivo Federal. Me parece muito preocupante ver que seu apego se transfere para seus apoiadores, pois até hoje temos quem acredite em um golpe para anular as eleições”.