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TEREMOS SEGUNDO TURNO ? Não há tradição de decisão eleitoral no primeiro turno no Brasil, mas Lula surfa – Por Francine Moor e Marcos Lima

Teremos segundo turno?

Não há tradição de decisão eleitoral no primeiro turno no Brasil. Mas surfistas experientes sabem que a boa onda não pode ser desperdiçada. E é justamente aí que Lula parece estar surfando.

Nas competições de surf, a qualidade da onda define grande parte do sucesso. Os avaliadores, portanto, precisam olhar para o surfista e para a onda. Em uma eleição, não é muito diferente. A análise leva em conta o candidato e o comportamento dele no movimento que se desenha durante o processo da campanha eleitoral.

Em 2018, quando poucos analistas acreditavam no potencial do candidato Bolsonaro e em sua capacidade de chegar ao segundo turno, um evento indicava uma boa onda: o Rodeio de Barretos. Realizado no interior de São Paulo, histórico reduto tucano, o evento recebeu o candidato de braços abertos e sua presença foi ovacionada pelo público. A transferência de votos do PSDB para Bolsonaro estava relacionada com a busca por um candidato capaz de derrotar o PT. A onda favorável a Bolsonaro cresceu com o avanço da operação Lava Jato, que impossibilitou a candidatura do ex-presidente Lula. Quatro anos depois, a onda favorável parece vir com os ventos contrários a Bolsonaro e favoráveis a Lula. E é bastante possível que chegue na praia já no primeiro turno.

Acompanhar a política brasileira, além de toda a tensão e emoção, proporciona ensinamentos que são importantes ferramentas de análise. 2006, Jaques Wagner (PT) tinha 30% das intenções de voto para o governo da Bahia e poucas apostas de que chegaria ao segundo turno. O adversário era Paulo Souto (DEM), representante do carlismo, favorito com mais de 60% das intenções de voto. O Democratas, então PFL, governava a Bahia há 16 anos. A onda favorável começou a mostrar indícios no município de Itabuna. Wagner foi recebido por muitas lideranças e seu comício foi acompanhado por uma multidão. O município é o quinto maior do estado, com 250 mil habitantes. Mas o fato importante é: na Itabuna de dois anos antes, o PFL tinha conseguido uma vitória esmagadora na eleição municipal, derrotando o candidato do PT.

A onda pró Lula, neste 2022, mostra alguns sinais. Na região Sul do Brasil, que reúne estados em que se observa uma curva à direita e posições mais ligadas ao bolsonarismo, Lula fez comícios lotados, há menos de 20 dias das eleições. Imagens de Porto Alegre e Florianópolis vibrando com o candidato renderam bons cortes na campanha eleitoral do petista. O ato em Curitiba, que ocupou quatro quadras do centro da cidade, na região chamada Boca Maldita, foi ainda mais simbólico. Depois de passar 580 dias preso na mesma capital, o retorno de Lula, agora no palanque, mostrou força e receptividade.

A classe artística e esportiva oferece outro indicativo. Nem tanto pela posição e mais pelo posicionamento público e ativo na campanha do presidente Lula. É provável que só nas Diretas Já tantos cantores e atores tenham entoado algum jingle de campanha. Entre os atletas e ex-atletas acontece o mesmo. Os vídeos do ex-jogador do São Paulo e da seleção brasileira Raí e do técnico campeão pelo Palmeiras e outros clubes Vanderlei Luxemburgo em apoio ao petista circulam intensamente entre fãs de grande parte dos times do país.

A campanha de 2022 começou com cerca de 30% de votos garantidos para cada um dos principais candidatos. A meta, para Lula e Bolsonaro, era ampliar o seu público, melhorando a comunicação e o convencimento do eleitor que não tinha identificação ideológica e reduzindo a rejeição (recorde). A campanha assertiva de Lula, apresentando respostas para públicos específicos, identificados pelas pesquisas eleitorais, e a construção de um discurso antibolsonarista convincente, pode levar o político novamente para o Planalto. No lado oposto, Bolsonaro segue com seu discurso radicalizado, acusando a imprensa, criticando o STF, dentro e fora do país, e questionando o processo eleitoral, em caso de derrota. Em uma eleição em que a rejeição é o fator de grande peso nas escolhas dos candidatos, Bolsonaro tem contribuído para se tornar cada vez mais indesejado, fazendo de Lula uma opção real, inclusive para opositores históricos.

Não há tradição de decisão eleitoral no primeiro turno no Brasil. Mas surfistas experientes sabem que a boa onda não pode ser desperdiçada. E é justamente aí que Lula parece estar surfando.

– Francine Moor – Jornalista, mestra em Poder Legislativo
– Marcos Lima – Cientista Político

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