TRAÇANCO CAMINHOS: Ciente dos desafios, PT dá a largada nas estratégias para garantir vitórias em BH, RJ e SP: ENTENDA
Mirando O pleito de 2026, Lula concentra energias nos maiores colégios eleitorais do país. SP, RJ e BH. As peças do jogo político para evitar outra reviravolta ultraconservadora fez o petista concentrar esforços procurando espaços deixados por bolsonaristas e/ou seus aliados.
ENTENDA
No desembarque em Belo Horizonte na última sexta-feira, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), deixou instruções para os aliados. Em relação à sucessão municipal do próximo ano, Lula (PT) deixou claro que está determinado a eleger aliados nas três principais capitais: Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro.
Essa estratégia, que antecipa o processo eleitoral, é fundamental para o futuro do governo e do projeto político de Lula, especialmente considerando a perspectiva de uma polarização política que essencialmente cria um “terceiro turno” nas eleições para prefeito. Independentemente de suas preferências, as eleições, sejam municipais ou estaduais, implicam em avaliação dos governos. A vitória dos aliados representa aprovação, enquanto a derrota implica o oposto.
Diante dessa realidade, o presidente está determinado a usar sua força política nas próximas eleições, consciente da importância e dos riscos associados a essa empreitada. Em São Paulo, é clara a sua preferência e compromisso com o aliado e pré-candidato Guilherme Boulos (PSOL), mesmo contrariando parte dos petistas paulistanos.
No Rio, o prefeito Eduardo Paes (DEM), que busca a reeleição, é o aliado.
Na capital mineira, apesar da inclinação dos petistas por uma candidatura própria, a tendência é apoiar reciprocamente o prefeito e pré-candidato à reeleição, Fuad Noman (PSD). Lula planeja visitar Belo Horizonte no final deste mês, a um ano das eleições, para se encontrar com Fuad e oficializar a cessão do terreno do antigo Aeroporto Carlos Prates para a capital mineira. Além disso, pretende detalhar as obras do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para o estado.
Vale lembrar que Lula não tem contatado Alexandre Kalil, ex-prefeito de Belo Horizonte, um aliado crucial em sua eleição passada. Kalil é um dos principais influenciadores para a sucessão municipal, superando até Lula e Zema nas pesquisas.
Na última sexta-feira, Tadeu Leite (MDB), presidente da Assembleia Legislativa, recebeu o oitavo ministro do governo federal, Alexandre Padilha.
Adicionalmente, a oposição desempenhou um papel significativo ao “socorrer” o governo Zema em duas ocasiões na última semana.
Isso evidencia a delicada relação política entre o governo e sua base. Na primeira situação, a oposição manteve presença para garantir o quórum mínimo para votar uma autorização de viagem internacional para Zema. Na segunda, ao obstruir a votação do aumento do ICMS para produtos considerados supérfluos, a oposição evitou uma derrota para o governo. Este contexto levou os governistas a retirar sua tropa do plenário para encerrar a votação e ganhar tempo para reorganizar a situação.
Romeu Zema sinaliza mudança política em Minas Gerais, abrindo mão do protagonismo histórico do estado. Destaca-se a preferência em apoiar alguém na disputa presidencial e o cenário marcado pela instalação do TRF-6 em Belo Horizonte após 20 anos, além de duas indicações mineiras em tribunais superiores, a ministra Edilene Lobo no Tribunal Superior Eleitoral e o desembargador Afrânio Vilela no Superior Tribunal de Justiça.
No entanto, a experiência política e governamental de Romeu Zema já o levou a quebrar, pelo menos, três princípios de seu partido, o Novo. A última quebra de princípios foi evidenciada no projeto que propõe a criação/aumento do ICMS para produtos considerados supérfluos, desagradando o empresariado, principal base de pensamento e apoio do partido Novo. Este cenário indica uma complexidade na relação do governador com as diretrizes partidárias e a necessidade de ajustar suas ações às demandas e realidades do estado.