O senador Veneziano Vital do Rêgo (PMDB-PB) avaliou nesta quarta-feira (27) que houve falha de articulação política por parte do governo federal na criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS. Vice-presidente da Comissão de Educação do Senado, presidente da Frente Parlamentar de Recursos Naturais e Energia e ex-vice-presidente da Casa, Veneziano concedeu entrevista ao programa CB.Poder, parceria do Correio com a TV Brasília.
Segundo o parlamentar, a base governista não conseguiu assegurar a presidência da CPMI, que ficou com o senador Carlos Viana (Podemos-MG). “Faltou, por parte do governo, uma atenção maior, principalmente quando se avizinhava o momento da sua instalação e estava bastante claro que não haveria consenso sobre o nome sugerido por nós, do grupo do governo, que seria o do nosso estimado e competente senador Omar Aziz”, afirmou Veneziano.
Apesar da derrota política, o senador acredita que a comissão pode cumprir um papel positivo se atuar com isenção. “O resultado ruim não será negativo, se o senador Carlos Viana, novo presidente da CPMI, cumprir o propósito da comissão: investigar e colaborar com tudo aquilo que já foi e será apresentado pelo CGU, pela Polícia Federal e pelo próprio governo. O atual governo em nenhum momento quis esconder ou desconhecer fatos que já existiam anteriormente”, destacou.
Veneziano também alertou para o risco de politicagem por parte da oposição, especialmente em ano pré-eleitoral. “A oposição usará dessas investigações um espaço de politicagem diante do ano eleitoral que está por vir. Não há interesse no debate, e no futuro, nas campanhas eleitorais, será mostrado o resultado conquistado pelo governo Lula”, disse.
A criação da CPMI do INSS gerou disputa entre governo e oposição no Congresso. Enquanto a base governista tentava manter o controle da comissão, setores oposicionistas, apoiados por parlamentares ligados ao bolsonarismo, articularam para conquistar a presidência. Para Veneziano, o episódio reforça a necessidade de o governo federal aprimorar sua articulação política em votações e decisões estratégicas no Legislativo.