O senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), presidente estadual do partido, comentou nesta semana a possibilidade de filiação do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, após convite oficializado em evento no município de São Bento. Segundo o parlamentar, a decisão cabe exclusivamente ao gestor e ao seu grupo político, mas o MDB está de portas abertas.
“Não me atreveria a me precipitar e dizer que sim. É uma decisão que cabe a ele e a ouvir o seu grupo. Não me sentia à vontade de fazer o convite antes dele dizer que sairia do partido. Igual ao MDB, outras legendas também o farão. Ontem, em São Bento, oficializei o convite, passei o telefone para Baleia Rossi, que reforçou o convite. Cabe a ele decidir e espero que seja pelo MDB, quiçá ele possa retornar para sua casa”, afirmou Veneziano.
O senador destacou que a mudança de Cícero para a oposição se deu após desgaste na relação com o grupo do governador João Azevêdo (PSB). “A partir do momento que Cícero começou a expor seu desconforto pela desatenção, pela descortesia que foi a marca no relacionamento dele com o grupo do governo… Cícero queria ser ouvido e não foi. Queria estabelecer critérios e não foi atendido. Então, quando isso foi se tornando mais evidenciado, tratei de conversar com ele e alguns interlocutores. Cícero vem para a oposição e vai ser ouvido. Aquilo que ele não teve, que foi o devido respeito e o devido reconhecimento, ele passará a ter na oposição”, completou.
Sobre a composição da chapa oposicionista em 2026, Veneziano ressaltou que o deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB) terá papel de destaque no debate. “Vai ser ouvido, mostra capacidade e peso político. Qualquer pesquisa que faça na Paraíba — e eu já fiz duas ou três — você tem percentuais de um eleitorado em torno do nome de Pedro. Ele tem que ser ouvido, ele vai ser ouvido. Quando ainda não havia a possibilidade da chegada de Cícero, ele falava que não tinha fixação de ser de novo candidato. Ele empre disse que se o candidato melhor for Efraim, Romero Rodrigues ou alguém que apareça adiante, contará com nosso apoio”, garantiu.
Veneziano também não descartou um possível apoio de Cícero a João Azevêdo em uma eventual candidatura ao Senado, mesmo estando na oposição. “Existe a hipótese, até porque, como dito pelo próprio Cícero, se tornou pública essa percepção. Não podemos desconhecer que houve uma relação pessoal e administrativa com João. O que houve e ficou insustentável foi porque João e os que o rodeiam terminaram por levar ao afastamento de Cícero. O que Cícero e Galdino pretendiam era serem ouvidos, a fim de que fosse construída uma chapa majoritária, e isso não aconteceu. Mas acho que isso não o levará ao afastamento de João”, declarou.
Questionado se essa possibilidade é viável dentro do bloco oposicionista, Veneziano afirmou que ainda não há definição, mas o tema pode ser discutido. “A gente vai ter um outro senador, um outro candidato que ainda não foi apresentado por não termos ainda uma decisão completa, mas isso não impede o apoio de Cícero a João”, finalizou.