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Vídeo de Bolsonaro sendo intimado no caixão em seu funeral é propagado pelo filho Carlos

“Seu Jair, o senhor tem 5 dias para esclarecer quem autorizou você morrer no meio de uma investigação criminal”, diz humorista, que participou de evento na Itália com Nikolas Ferreira e Alexandre Garcia

Expert em redes sociais do clã, Carlos Bolsonaro (PL-RJ) propagou nesta segunda-feira (28) em sua conta no Telegram um vídeo em que mostra o pai, Jair Bolsonaro (PL), sendo intimado dentro do caixão, em seu funeral.

O vídeo foi divulgado neste domingo (27) pelo humorista bolsonarista Paulo Souza, que momentos antes divulgou um storie participando de um evento com Nikolas Ferreira e com o jornalista Alexandre Garcia, que foi para a Globo após servir como porta-voz da Ditadura e deixou a emissora para se alinhar às hostes bolsonaristas. O evento aconteceu em Milão, na Itália e foi organizado por um grupo de “patriotas” que deixaram o Brasil.

No vídeo divulgado por Carlos, o humorista faz uma esquete no funeral de Bolsonaro como se fosse um oficial de Justiça, lançando ironias sobre o ex-presidente.”Parece piada, mas é só o Brasil de Lula”, escreveu o filho “02” de Bolsonaro, tentando criar comoção com a intimação feita por oficial de Justiça, enviada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital DF Star, onde o ex-presidente se recupera de uma cirurgia no intestino.

“E se o Bolsonaro fosse dessa pra melhor”, inicia o humorista na esquete, filmada como se fosse a visão de Bolsonaro dentro do caixão.

“Vem cá, que história é essa de funeral agora, hein? Eu tenho que admitir que o pessoal da maquiagem tá caprichando cada vez mais, hein? O senhor está até gelado. Mas, só estou aqui para cumprir meu trabalho, seu Jair, pois o senhor tem 5 dias para esclarecer quem autorizou você morrer no meio de uma investigação criminal. Que conveniente, olha só: ‘acabei batendo as botas e não posso mais cooperar com a Justiça”, diz o humorista, que pede para o defunto assinar a notificação.

Nova estratégia

O vídeo é parte da nova estratégia desencadeada por Jair Bolsonaro após o PL da Anistia ser definitivamente engavetado pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), após o ex-presidente confirmar, em entrevista dentro da UTI ao SBT, que seria beneficiado pelo projeto.

Para conquistar apoio do Centrão e ludibriar apoiadores, o ex-presidente e aliados no Congresso propagaram a mentira que de que a anistia seria para beneficiar apenas os presos no 8 de Janeiro.

Neste domingo (27), dias após encontro com Bolsonaro no hospital, Silas Malafaia desencadeou a nova estratégia para confrontar o Supremo.

A nova tática passar por bajular o ministro carioca Luiz Fux, que tem demonstrando certa divergência com os colegas da primeira turma do Supremo, responsável pelo julgamento da organização golpista, para confrontar Moraes e, de quebra, Flávio Dino e Cristiano Zanin.

Em vídeo divulgado em suas redes na noite deste domingo (27), sem a habitual edição, Malafaia deu início à nova estratégia, adulando Fux pelo voto no caso Débora do Batom.

Diferentemente do relator – que foi seguido por Dino e Cármen Lúcia – que propôs 14 anos de prisão a Débora Rodrigues dos Santos, a “Débora do Batom”, Fux deu voto divergente e votou para aplicar uma pena de um ano e seis meses de prisão para a bolsonarista.

Fux também divergiu sobre os crimes imputados, condenando Débora por deterioração de patrimônio, absolvendo-a pelos crimes de tentativa de golpe de estado, abolição violenta do estado democrático de direito, dano qualificado e associação criminosa armada.

“Vamos à condenação injusta, esdrúxula e vergonhosa de Débora há 14 anos de cadeia. Alexandre Moraes, 14 anos. O seu comparsa Flávio Dino, também deu 14 anos. A outra, que não sabe nem onde tá o nariz, Carmem Lúcia, 14 anos. Zanin, 11 anos. E Fux, para desmascarar essa farsa, deu um ano e meio”, disse Malafaia, dando início à estratégia.

“Agora escutem, escutem. A única coisa que ela podia ser enquadrada, Deterioração do patrimônio. O que o Fux fez, dando a ela um ano e meio. Pra que ela não ficasse presa, porque ela tá lá há mais de dois anos. E esse caso, deterioração do patrimônio, é primeira instância. Não é STF”, emendou Malafaia.

A declaração de Malafaia escancara a nova estratégia de defesa de Jair Bolsonaro para levar o caso à primeira instância, anulando todo o processo que levou ao julgamento na primeira turma do Supremo .

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