Em um debate chinfrim, Lula bate boca com um padre fake, Bolsonaro tenta driblar seus fiascos e pouco sobrou pra eleitores que resistiram a essa chatice até de madrugada
Ciro Gomes foi sorteado pra dar o pontapé inicial no tão aguardado debate na Globo. Teve a bola no pé pra pautar o mais decisivo debate presidencial. Atrás nas pesquisas, tinha várias opções pra diversificar o jogo e exibir suas virtudes na campanha eleitoral.
Mas seu primeiro tiro foi equivocadamente em Lula, treinado para responder ao mesmo ataque supostamente de outros adversários. Ciro gastou chumbo sem nenhum lucro. Quem surfou na mesma onda foi Bolsonaro, o tal “padre” Kelmon e Luiz Felipe DÁvila, candidato do Novo, todos sentados em uma mesma bancada na divisão de espaço no estúdio da Globo.
Mas ao não discernir, em questões essenciais, as diferenças entre Bolsonaro e Lula e com outros democratas como Fernando Henrique Cardoso, tratando a todos como uma mesma mixórdia, Ciro se perdeu na própria maionese. Nesse devaneio, tá brigando com os irmãos e derretendo no Ceará.
O badalado debate na Globo, tido como decisivo, virou um espetáculo chinfrim com cenas dantescas, como o bate boca do afônico Lula com o padre fake, lançado por Roberto Jefferson, estrela do Mensalão, para ajudar Bolsonaro nos debates. Deu certo. Ele tirou os principais contendores de Bolsonaro do sério. Lula e Soraya, por exemplo, caíram nessa armadilha.
Quem parece ter escapado dessa mediocridade foi Simone Tebet. Ela não participou de baixarias, quando pôde enquadrou Bolsonaro, e conseguiu apresentar suas propostas. Isso pode ou não render votos no domingo, a ponto dela desbancar Ciro como terceira colocada.