O termo Fake News tornou se muito popular desde que as informações falsas ganharam velocidade e papel decisivo com o uso das redes sociais para disseminação de notícias, montagens, fotos mais recentemente vídeos quase perfeitos com voz e imagens de pessoas inseridas digitalmente através de Inteligência artificial. Mas você sabe como essa tecnologia surgiu?
A possibilidade de se inserir rostos, cenários e objetos em cena, não é novidade para o cinema, em 200º no filme O Curioso caso de Benjamim Button, que conta a história de um homem que nasce com aparência de 90 anos e com o passar dos anos vai ficando mais jovem, no filme Brad tem seu rosto modificado digitalmente. No cinema nacional a mesma tecnologia do filme com Brad Pitt foi aplicada no filme Chico Xavier, rejuvenescendo o rosto do ator Ângelo Antônio. Esse recurso tecnológico, no entanto, era restrito aos estúdios de cinema com máquinas potentes e softwares caríssimos.
Primeiras manipulações de vídeo Deepfake como a conhecemos hoje foi feita em 2017. O termo surgiu através de um usuário da Reddit que usava o apelido Deepfake, criou vídeos pornográficos em que trocava os rostos das atrizes originais por pessoas famosas. Esses vídeos viralizaram e a partir de então e foram muito unitizados na campanha presidencial americana de 2016.
A tecnologia consiste em um conceito de Deep Learning que basicamente é capacidade que um programa tem de aprender, através de banco de dados, podemos “ensinar” programas de computador a realizarem tarefas pré-definidas. No caso das Deepfake, o programador fornece imagens, centenas ou milhares de vídeos que são analisados por uma rede neural que aprende traços do rosto analisado, como ele se movimenta e como reage a luz e sombra, esse treinamento para a criação dos vídeos Deepfake é feito usando um vídeo original com o novo rosto a ser inserido, procurando pontos em comum entre os dois.
Deepvoice é o mecanismo semelhante ao Deepfake com a única diferença que os dados analisados são apenas com a voz a ser “aprendida”.
Shallowfake não utiliza essa tecnologia, trata-se apenas de uma edição onde partes do vídeo e áudio são trocadas modificando trechos, dados ou números. Exemplo dessa montagem é o vídeo onde uma pesquisa eleitoral é manipulada mudando-se o resultado da pesquisa, no vídeo a jornalista Renata Vasconcelos apresenta uma pesquisa no Jornal Nacional dando a vitória para Bolsonaro.
Um dos maiores especialistas em Deepfake no país é Bruno Sartori, que criou diversas paródias de vídeo em 2019. Os vídeos de Bruno viralizaram e são usados até hoje. O programador se preocupa com os uso criminoso dessa ferramenta pode trazer, inclusive foi o próprio Bruno que denunciou o uso do rosto de Anitta em um vídeo Deepfake pornográfico.
Confira abaixo um vídeo publicado por Bruno explicando como as deepfake funcionam
- Confira abaixo algumas dicas para reconhecer uma Deepfake
- Compare o movimento da boca com o que está sendo dito;
- Repare na velocidade do vídeo, deepfakes tendem a ser mais acelerados do que vídeos comuns;
- Atente-se ao tom da voz e a qualidade do áudio;
- Verifique se os olhos estão piscando. O software não consegue reproduzir esse movimento com perfeição;
- Caso tenha dúvidas sobre a veracidade do vídeo, não compartilhe. Busque mais informações em portais de credibilidade;
- Caso receba o conteúdo de algum colega ou conhecido, questione-os sobre a fonte daquela informação.