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Em convite inédito, TSE chama União Europeia e outros quatro organismos internacionais para observarem eleições de 2022

Convites foram debatidos entre Fachin e Carlos França; Presente nos pleitos de 2018 e 2020, OEA também foi convidada para participar como observadora

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) convidou a União Europeia, a Organização dos Estados Americanos (OEA), a Fundação Internacional para Sistemas Eleitorais (IFES), o Parlamento do Mercosul (Parlasul), a União Interamericana de Organismos Eleitorais (Uniore) e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) para acompanharem as eleições presidenciais de outubro como observadores internacionais.

Com a exceção da OEA, que monitorou as eleições brasileiras em 2018 e em 2020, todas as outras entidades foram conividadas pela Corte eleitoral pela primeira vez.

Segundo o TSE, todas as conversas estão em andamento e as organizações demonstraram interesse em participarem do pleito como observadoras. O GLOBO apurou que os convites para os organismos foram debatidos em um encontro, em março, entre o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, e o presidente da Corte, ministro Edson Fachin, ainda em março. Na conversa, Fachin manifestou a França preocupação com a segurança durante os dias de votação.

Os observadores internacionais são organizações estrangeiras que, ao final do processo, produzem relatórios com todas as informações colhidas durante os pleitos.

No início de fevereiro deste ano, a Missão de Observação Eleitoral da Organização dos Estados Americanos divulgou um relatório em que destacou o aumento da violência nas eleições de 2020, com alta de ocorrências contra candidatas e candidatos.  O documento foi entregue ao então presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, durante evento na sede da OEA, em Washington.

Em 2020, observadores internacionais da OEA acompanharam a realização dos dois turnos das eleições. A Missão considerou inaceitável o uso da violência e afirmou no relatório que “a rejeita enfaticamente em qualquer circunstância, especialmente na democracia”. O documento expressa preocupação pelo ambiente de medo e intimidação que impede eleitoras e eleitores, assim como candidatas e candidatos, de se envolverem na política.