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Governo Bolsonaro é o novo recordista em trocas de comando no Exército

23/08/2019. Credito: Ed Alves/CB/D.A. Press. Brasil. Brasilia - DF. Politica. Cerimonia Dia do Soldado. Presenca do Presidente Jair Bolsonaro com o comandante do Exercito Leal Pujol. Local. Setor Militar Urbano de Brasilia.

A confirmação da indicação de Marco Antonio Freire Gomes para o Comando do Exército, em substituição a Paulo Sérgio Nogueira, novo ministro da Defesa, marca um novo recorde do governo Jair Bolsonaro: Freire Gomes será o terceiro chefe da Força em apenas quatro anos, o que não ocorreu nem mesmo na ditadura militar.

A última vez em que houve tanta instabilidade no cargo mais importante do Exército foi na gestão de João Goulart, deposto pelas Forças Armadas em 1964, quando a instituição era comandada pelo ministro da Guerra.

O cenário político de Bolsonaro, contudo, difere da conflagração entre Jango e o Exército nos anos que antecederam o golpe militar.

A nova dança das cadeiras no comando do Exército faz parte de uma acomodação que fortalece o núcleo militar do governo. Paulo Sérgio deixará o cargo para assumir a Defesa no lugar de Walter Braga Netto, que deverá ser indicado como companheiro de chapa do presidente pelo PL.

A troca constante de comandantes virou piada entre militares de hierarquias altas. Em conversas de bastidores, comenta-se jocosamente que o Comando do Exército se assemelha ao das polícias militares, onde a rotatividade é bem mais comum.

A crise de 2021 foi considerada pelos próprios militares a mais grave desde a demissão de Sílvio Frota do Ministério do Exército (equivalente ao Comando do Exército atualmente), durante o governo do ditador Ernesto Geisel, em 1974.

Na ocasião, Frota liderava a chamada “linha-dura” das Forças Armadas e tentava se viabilizar para a eleição presidencial indireta de 1978. A candidatura contrariava a preferência do presidente por João Figueiredo, chefe do Serviço Nacional de Inteligência (SNI), e levou à sua queda.

Geisel também teve três comandantes do Exército ao longo de seu mandato (1974-1978), mas pela força do imponderável: o escolhido, o general-de-exército paulista Vicente de Paula Dale Coutinho, faleceu apenas dois meses após assumir o cargo. Foi substituído por Frota, demitido em 1977 e sucedido por Fernando Bethlem.