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Ministro de Putin diz que Brasil e Rússia têm “visões semelhantes” sobre temas globais

Por: Carlos Germano

Enviado pelo presidente Vladimir Putin, para firmar acordos bilaterais em Brasília, o ministro de Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, disse nesta segunda-feira (17) que o Brasil e a Rússia dividem uma “visão similar” sobre os acontecimentos globais, em referência indireta à guerra na Ucrânia. A declaração ocorreu após reunião com o chanceler Mauro Vieira no Itamaraty.

Sobre o conflito, Lavrov afirmou que Putin busca “uma solução duradoura” e não “algo imediato”. Ele, inclusive, agradeceu à proposta do presidente Lula para formação de um grupo de países que busque mediar a paz.

“Conversamos sobre temas relevantes na agenda internacional, considerando que as visões do Brasil e da Rússia são similares em relação aos problemas que acontecem no mundo. Os dois países são unidos pelo desejo de contribuir para um mundo mais democrático e multipolar, baseado nos princípios legais de soberania e igualdade entre os Estados”, declarou Lavrov.

O chanceler russo disse ainda que as sanções do Ocidente prejudicam a Rússia, e agradeceu ao Brasil por não apoiar as sanções.

“As sanções unilaterais aplicadas e não aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU não são consideradas legítimas e estão impedindo o trabalho de várias organizações”, relatou Lavrov.

Nos últimos dias, a retórica do líder brasileiro tem sido vista no Ocidente como cada vez mais favorável aos interesses do governo Putin.

Lavrov destacou que a Rússia já explicou os motivos da invasão militar ao território da Ucrânia e afirmou que o governo russo tenta proteger vidas de comunidades russas.

“Estamos interessados que o conflito na Ucrânia seja solucionado o mais rápido possível. A Rússia já explicou várias vezes as razões por que aconteceu. Estamos querendo eliminar as ameaças. Estamos protegendo a vida de pessoas de origem russa”, enfatizou o chanceler russo.

Lavrov também fará visitas oficiais a Venezuela, Cuba e Nicarágua, em uma tentativa do governo russo de demonstrar que não está isolado internacionalmente.