Blog Gutemberg Cardoso

Poder Eleitoral: entenda a estratégia em torno do “voto útil”

Líder nas pesquisas, Lula tenta angariar votos de Ciro e Tebet para levar a disputa no 1º turno

A duas semanas das eleições de 2022, os principais candidatos na disputa à Presidência articulam a conquista do voto dos atuais eleitores de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) por meio do incentivo ao chamado “voto útil”.

A estratégia mais ativa é do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tenta levar a disputa no 1º turno. Em 2º nas pesquisas, o presidente Jair Bolsonaro (PL) foca em reduzir sua rejeição no centro e entre mulheres.

Em meio a uma eleição acirrada, a um candidato que não decola ou ao temor de que um determinado postulante à Presidência da República suba a rampa do Planalto, surge o chamado voto útil, que pode mudar a trajetória de um pleito.

Mas será que o eleitor sabe como funciona esse instrumento? Para explicar o cientista político Ricardo Ismael, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

Segundo o especialista, em caso de uma eleição acirrada como a deste ano, a tendência é de o eleitor votar, estrategicamente, não no candidato com o qual se identifica, mas escolher um nome que não seja o seu preferido, com o intuito de impedir que outro candidato seja eleito.

Segundo Ricardo Ismael, nesse tipo de voto deve ser levado em conta que o eleitor, ao abandonar seu candidato preferido, vai falsear o resultado final das eleições, além de ajudar a enfraquecer o seu partido, reduzindo drasticamente a representatividade da bancada de sua preferência no Parlamento. O professor Ricardo Ismael recomenda que os eleitores votem no candidato de sua preferência, pois, muitas vezes, ele ainda tem condições de chegar ao segundo turno, embora as pesquisas não devam ser ignoradas. “É preciso ver as pesquisas com cautela e verificar todas as tendências”, disse.

PODERDATA 

A última pesquisa PoderData, divulgada em 14 de setembro, mostra Lula com 43% das intenções de voto no 1º turno contra 37% de Bolsonaro. Ciro tem 8% e Simone Tebet, 5%.

Leia a seguir o desempenho de todos os candidatos: