Não existem olhos que não estejam voltados para as disputas para presidente da República e governadores de Estado. Os demais cargos em disputa – senador, deputado federal e deputado estadual – estão lá no segundo plano.
Mesmo assim, os institutos de pesquisas começaram a liberar levantamentos de intenção de voto para senador, especialmente em Estados do Nordeste.
Os primeiros números indicam uma tendência de favoritos, os ex-governadores, notadamente aqueles que deixaram os cargos bem avaliados, no início de abril.
São os casos do ex-governador Camilo Santana (PT), no Ceará, que lidera as pesquisas com 67%; Flávio Dino (PSB), no Maranhão), que aparece com 52% das intenções de voto; Renan Filho (MDB), em Alagoas, tem 40,1%, mas, ainda assim, tem mais do que o dobro do segundo colocado.
Na Bahia, a liderança para o Senado não é de um ex-governador. É do senador Otto Alencar (PSD), que se destacou na CPI da Covid, com 34%; o segundo colocado, deputado Marcelo Nilo (Republicanos), com 9%.
Uma disputa dura está despontando no Rio Grande do Norte. O ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo (PDT), que está na chapa da governadora Fátima Bezerra (PT), estaria com 13,7%, numa pesquisa do Instituto Brâmane. O ex-ministro Rogério Marinho (PL), teria 12,8%.
A tendência de eleição de ex-governador ou lideranças consolidadas e com experiência não é novidade. Processos de renovação ocorrem em situações raras.
O que o quadro revelado pelas pesquisas provoca é um olhar sobre a Paraíba e a constatação de que duas lideranças com experiência administrativa e política comprovadas – os ex-prefeitos Luciano Cartaxo (PT) e Romero Rodrigues (PSL) – estão ausentes da disputa pelos cargos mais destacados. Deixaram que políticos menos experientes e sem história pulassem na frente. Os dois têm condições de exercer protagonismo no debate e poderiam preencher um vácuo de lideranças mais experientes no Estado.
Difícil entender a política da Paraíba.