Santana foi governador do Ceará por duas gestões e implementou programa de ensino em tempo integral
O presidente eleito, Luís Inácio Lula da Silva, decidiu na noite de segunda-feira (19) quem assumirá uma das mais importantes pastas do seu governo a partir de 2023. O ex-governador do Ceará, Camilo Santana, recém-eleito senador, deixará seu cargo para ficar à frente do Ministério da Educação. Até os últimos dias, havia uma indefinição entre o nome de Santana e de Izolda Cela, eleita governadora do mesmo estado nestas eleições. Izolda deve assumir a Secretaria Nacional de Educação Básica.
Camilo Santana é formado em engenharia agrônoma pela UFC (Universidade Federal do Ceará), mas ao longo de sua carreira profissional também exerceu os cargos de professor e coordenador da Fatec Cariri. Na política, atuou primeiro como Secretário do Desenvolvimento Agrário do estado do Ceará durante o governo de Cid Gomes.
Em 2014, elegeu-se governador, cargo que ocupou até 2022, em dois mandatos consecutivos. Em abril deste ano, abriu mão do governo do Ceará para concorrer ao Senado, deixando em seu lugar a vice Izolda Cela. Elegeu-se senador com o maior percentual de votos do país.
Uma das principais marcas do governo de Camilo Santana foi a implementação das escolas em tempo integral. Em evento realizado em março deste ano, quando anunciou o plano de universalização do ensino estadual de tempo integral no Ceará, afirmou que “A escola de tempo integral, além de proteger a nossa juventude e as nossas crianças, gera esperança de um futuro melhor, reduz desigualdades”.
O plano teve continuidade com o governo de Izolda, que na última sexta-feira (16) sancionou a lei que respalda o Programa de Aprendizagem na Idade Certa, expandindo o tempo integral para a rede municipal, em um pacto entre estado e municípios.
A escolha de um nome para assumir o Ministério da Educação não se deu de forma tranquila. Setores do PT tentaram emplacar o líder do partido na Câmara, deputado Reginaldo Lopes (MG), mas sem sucesso. À princípio, Lula indicava que a escolhida seria Izolda Cela, mas seu nome perdeu força à medida que o PT do Ceará cobrou uma acomodação no governo e Camilo despontava como nome mais forte.